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Criação do projeto

Inspirado no maestro Heitor Villa Lobos, um dos primeiros a introduzir a música nas escolas, o projeto teve início em 2005, com apresentações de música erudita e popular brasileira em versões instrumentais, nas cidades de Belo Horizonte e Pouso Alegre.

Idealizado pelo produtor cultural e ator José Roberto Lages e pelo diretor de teatro, e também produtor cultural, José Roberto Alvarenga, o projeto cresceu muito ao longo desses anos. No início, músicos profissionais – integrantes do grupo Minas Instrumental – realizavam concertos e palestras em escolas públicas. Em 2007, apresentaram-se com o espetáculo ABC da MPB, com o tema da história da música brasileira, desde o período colonial até os dias atuais, inspirado no livro de mesmo nome do jornalista Jorge Fernando dos Santos. Na versão atual, o projeto é composto por cursos de formação musical, formação de orquestras e um grupo de câmara formado por jovens.

Por meio de concertos didáticos e dos cursos de formação musical, os estudantes da rede municipal e estadual de educação conheceram um pouco da história de compositores famosos, de diferentes gêneros musicais, e tiveram contato com instrumentos que nunca viram de perto. Muitos deles têm poucas opções de lazer e cultura, de modo que as apresentações nas escolas públicas resultaram em benefícios como as inclusões social e cultural.

Ao longo de todo o ano de 2010, músicos de reconhecida competência ensinarão conhecimentos básicos de música aos alunos da comunidade. Os jovens terão aula de seus respectivos instrumentos (flauta, violoncelo, contrabaixo...) e, ao longo da semana, se encontrarão para o ensaio das orquestras.

A atividade extracurricular colabora para o desenvolvimento dos alunos, ajuda-os no rendimento escolar e diminui a evasão escolar. Além dessas qualidades, o projeto também estimula o surgimento de novos talentos.

Nesses cinco anos de atividades, o Projeto Música nas Escolas realizou mais de 60 apresentações, para mais de 15 mil espectadores. Este ano, o Projeto volta a ser apresentado na capital e no interior do estado, viabilizado pela Lei de Incentivo à Cultura. Serão 15 concertos em Belo Horizonte e cinco nas cidades vizinhas. No repertório, continua a receita da mistura das músicas erudita e popular para chamar a atenção da platéia.

As crianças e a música clássica

Nas décadas passadas, a música clássica era mais presente na vida das crianças. De forma sutil, ela se inseria nos lares através dos desenhos animados, nos quais todos os grandes personagens representaram maestros ou cantores de ópera. Assim, sem perceber, as crianças tinham contato com instrumentos de orquestra e com a música erudita. Atualmente, os desenhos animados, com raras exceções, não mais exploram essa característica cultural.

Quem não se lembra do Mickey regendo uma orquestra ou do gato Tom tocando a belíssima Rapsódia Húngara nº2, de Franz Liszt, ao piano? Ou quem sabe do Pica-Pau ou do Pernalonga, em seus respectivos desenhos, encenando a famosa ópera do Barbeiro de Sevilha. “A música combina perfeitamente com os movimentos dos personagens! Eu consigo reconhecer, por exemplo, o instrumento do som dos trovões de um desenho”, conta Ângelo Jerônimo de Sousa, jovem de 15 anos, aluno de viola clássica. Esses são apenas alguns exemplos de muitos que, atualmente, ainda inspiram os jovens que se aventuram pelo mundo erudito.

Há também nos desenhos antigos coisas como um piano caindo na cabeça de alguém, ou algum animal se escondendo dentro de uma tuba, caindo em cima do tímpano ou levando uma cornetada na cabeça. Tudo isso fazia com que os instrumentos musicais fossem algo comum para a meninada, o que já não acontece. “Hoje quando uma criança me vê tocando, ela não consegue identificar que instrumento é aquele. Muita gente ainda confunde a viola clássica com o violino”, diz a aluna Lorena dos Santos Carvalho, de 17 anos.

Tudo isso estimulava a criança para seu lado musical. Unindo o desenho com a música, ela pode construir relações entre som e imagem, além de conhecer um mundo musical bem rico, com base clássica. Conhecendo esse tipo de música, mais tarde, a criança compreenderá muito melhor todos os outros sons.

Essa é a missão de Ângelo e Lorena. Eles, junto com outros 50 jovens, têm como missão divulgar a música erudita para o público mineiro, principalmente para as crianças. Eles fazem parte do Música nas Escolas, um projeto viabilizado pela Lei Estadual de Incentivo à Cultura, que ensina e divulga a música clássica em Belo Horizonte e na região metropolitana.

Todos os alunos do projeto fazem aulas dos seus respectivos instrumentos durante a semana, gratuitamente, e aos sábados se reunem para aulas de teoria musical, história da música e ensaio geral. O projeto deu origem à Orquestra Juvenil da Escola Estadual Padre João Botelho, Orquestra Jovem V&M do Brasil e Comunidade do Barreiro e ao Grupo de Câmara da Comunidade do Barreiro. Este ano, os alunos já realizaram cinco, das 25 apresentações programadas para 2010, ano em que o projeto completa cinco anos de atuação. Confira mais informações no blog www.musicanasescolas2010.blogspot.com.

Através de ações como essa, as crianças mineiras poderão ter contato com a cultura de qualidade, coisa quase impossível atualmente. Vale a pena divulgar essa iniciativa!